quinta-feira, 1 de abril de 2010

Hard Game, Easy Life. Minha Vida de Videogames.

Oi Pessoal!
Bem vindos ao meu Segundo Post.

Este eu dedico especialmente a todos que um dia passaram algumas horinhas na frente da TV, ou nos fliperamas, ou ainda em locadoras, se divertindo e outras na frente dos pais explicando que Videogame não faz mal nem a TV e nem ao cérebro quem joga.

O Início

Como todo bom jogador de videogame a paixão pelo mundo virtual sempre tem um começo, e eu lembro bem de como a minha começou.

Eu ainda era muito pequeno, coisa de uns seis anos, quando meu pai trouxe para casa uma caixa com um equipamento estranho dentro. Lembro que ele me chamou e disse que era um Videogame emprestado de um amigo, Francisco Jardelino de Areia, e que ele deixaria uma semana lá em casa.

CLARO que eu já tinha ouvido falar de videogames, mas ver o DACTAR (genérico nacional do Atari) na minha frente foi algo que mudou minha vida. Meu pai me falou das fitas (cartuchos), que eram onde ficavam os jogos, e eu ficava maravilhado olhando. Lembro de uma fita branca, que eu achava a mais legal de todas, que tinha um joguinho de tiro ao alvo, e de todas as outras, com chaves para mudar o jogo e tudo o mais. Ao final da semana, que passei jogando, o estrago estava feito e o garoto (eu) nunca mais seria o mesmo.

 Olha uma raridade aí. Uma foto que meu pai me enviou recentemente
que eu nem sabia que existia. Eu e o Dactar.

Dactar, videogame genérico do Atari. Fez um bom sucesso no Brasil
e lá em casa principalmente.

Depois desse dia passei a pedir periodicamente um videogame só pra mim. Mas meu pai não podia reservar um dinheiro só pra isso e meu sonho ia sendo adiado. Durante esse tempo sempre que eu ouvia falar de amigos de meu pai que tinham filhos com videogame, o acompanhava em suas visitas aos amigos só pra ver de relance os videogames dos outros garotos, mesmo que estivessem desligados, eu achava o design deles sensacional. De vez em quando eu dava a sorte de chegar e ter alguém jogando, pronto, era a realização.

Nesse periodo cheguei a ver muitos modelos, o Atari de verdade, o Odyssey, o Phantom System, um tal de Nintendo, e depois um que fez muito sucesso no Show da Xuxa, um tal de Master System, que eu conheci e JOGUEI, na casa de um primo rico que morava em João Pessoa. Lá pude ver o jogo Black Belt.

Master System, o sonho de consumo de milhões de garotos.
Distribuído pela TecToy, no Brasil fez um sucesso absurdo.

Tudo que eu via, perguntava aos meninos mais velhos, e ia juntando informações sobre videogames, jogos e vantagens de cada um. Mas o tal do Master System me perseguia. Me recordo que no Show da Xuxa tinha um quadro em que os garotos ficavam numa Câmara isolada de som e gritavam SIM ou NÃO quando uma luz acendia. Ví muitos garotos ganharem os seus próprios videogames Master System assim. Vi também muitos trocarem um MASTER SYSTEM por uma caixa de fósforo ou coisa parecida. E eu enloquecia em casa. Gritava NÃÃÃÃOOOOO, mas os garotos falavam sim e perdiam.
Não aguentava, mudava de canal e eis que lá estava ele, Sérgio Malandro, abrindo uma porta dos desesperados e o que tinha lá dentro. Um Master System.

A Realização do Sonho

Lembro que quando íamos até o Hiper Bompreço de Campina Grande eu ia só pra ver o videogame. Não dava outra, lá estava ele na prateleira e eu implorando por um a meu pai. Pedi tanto, tanto, tanto...
... que ele cedeu.

No mês de Junho de 1990, na minha 3ª série do ensino fundamental, meu pai comprou duas fitas do Master.

Espera aí. Duas fitas? E o Videogame?

Pois é! Duas Fitas, nada mais, Choplifter e Grand Prix. Ele me disse que compraria o Videogame no final do ano quando teria um pouco mais de grana sobrando. Mas que levaria a fita pra me mostrar que estava falando sério.

Choplifter, um joguinho de resgate de soldados onde
se controla um helicóptero.

World Grand Prix, o primeiro cartucho que joguei
no meu Master System.

Pra mim era o suficiente. E eu passava horas só olhando e cheirando as fitas, até que um dia, pertinho do meu aniversário ele chegou. Meu pai cumpriu a promessa e me deu o Master System. Presente de Aniversário 18 de dezembro e Natal 25 de dezembro. Eu nem liguei. Tinha o meu Master System jogo na memória e pistola, e mais, eu tinha DUAS FITAS. Era sensacional! No tempo em que pirataria nem existia encontar um jogo em uma loja pra vender, era difícil, e por um preço acessível então, quase impossível.

Meu pai ligou o videogame, colocou Grand Prix e me ensinou que deveria ter o máximo de cuidado, pois esse era um equipamento eletrônico que merecia cuidados e o principal, era caro. Ele me disse que não era preciso apertar os botões com força e desde esse dia morro de raiva vejo alguém apertando os botões dos controles, de qualquer videogame que seja, como se fosse enfiar um prego na madeira com a cabeça do dedo.
O meu cuidado era tanto que eu guardava as fitas dentro de suas caixas originais dentro de uma caixa de isopor. No começo eu tinha que chamar meu pai quando queria trocar de jogo. Mas um dia escondido eu tentei mudar sozinho e consegui. Estava independente!
Depois vieram outros jogos, presentes de meu pai, além dos jogos na memória do videogame e dos secretos como Labirinto.

Foi um tempo de glória! No entanto a tecnologia passa rápido e novos videogames surgiam. O Mega Drive virou febre e começava a se falar de um tal de Super Nintendo, um videogame pouco conhecido que quase ninguém falava. Mas eu já era Mestre do Master... :| ... e já havia conhecido mais pessoas com o mesmo videogame em Areia. Foi nesse tempo que descobri que existia um tal de computador e que se jogava nele também. Foi através de um menino do colégio, um tal de Lulinha que era bem popular. Perguntei se ele jogava videogame e ele respondeu que jogava no computador, começava aí uma ampliação de horizontes jogabilísticos que falarei no futuro em outro Post.
Dos amigos que tinham Master joguei Alex Kidd, Rambo 3 - O resgate, Shinobi, e mais alguns jogos que ganhei de meu pai, Michael Jackson Moonwalker, California Games, E-Swat.

A Nova Tecnologia

Mas meu Master começava a caducar e eu já queria outro videogame. Com as condições financeiras melhores, meu pai concordou em vender o Master pra comprar em Salvador, num congresso que iria pelo trabalho, um Mega Drive. A Sensação. E eu seria igual aos outros garotos que também tinham um Mega e jogos para emprestar e pegar emprestado. Lulinha, Damy. Eu ainda não era tão amigo deles, mas me tornaria com o Mega. Foi quando meu pai ligou pra mim. Ele disse que já estava voltando pra casa e que na loja em que ele estava não tinha mais o Mega, só um tal de Super Nintendo, que o vendedor falava que era melhor que o Mega.

Mega Drive, videogame de muito sucesso no Mundo, no Brasil e,
principalmente, lá em Areia, onde conseguiu muitos adeptos.

E quem lá era esse vendedor pra saber de alguma coisa??? Eu queria o Mega. Mas pra não ficar sem nada concordei em comprar o Super Nintendo. Sabia que iria ficar isolado com mum videogame ruim que nunguém queria. Mas que engano o meu.

O Super Nintendo chegou com meu pai e com ele um mundo incrível de jogos com sons e imagens abusolutamente fantásticos. O Mega perdia espaço e o Super Nintendo lotava as locadoras de Areia. Eu estava à frente do meu tempo. Tinha o que todos desejavam e fui feliz assim.

O fantástico Super Nintendo, o último videogame que tive
antes da Era Laser.

As locadoras de Areia, mais precisamente a JES Locadora (Jucelino e Socorro Locadora), merecem um Post Especial.

Depois de um tempo maravilhoso, com o avanço da tecnologia, meu Super Nintendo foi perdendo espaço e eu me aventuraria pelas locadoras conhecendo o Mundo Novo com o 3DO, (Gex e Need for Speed), Saturno (Daytona USA e Worms), Playstation (Tomb Raider, Resident Evil), Nintendo 64 (Mario 64 e Mario Kart 64).

3DO, um videogame de pouco sucesso, mas que já possuia a
tecnologia laser, com jogos em Cd.


Sega Saturno, um videogame da Sega que rivalizava com o
Playstation da Sony, apesar de possuir excelentes jogos, seu
poder limitado de processamento e sua biblioteca menor que a
do rival da Sony foram suficientes para obscurecer seu sucesso.


Sony Playstation, o videogame de maior sucesso que vi em Areia.
Responsável pela abertura de várias locadoras e sucesso de games
como Tomb Raider, Resident Evil e Winning Eleven.

Nintendo 64, também de grande sucesso, mas sua biblioteca reduzida,
se comparada a do Playstation, e o preço de seus cartuchos, caros quando
comparados aos Cds pirateados do PS, o tornaram pouco acessível em Areia.


Nesse maio tempo os jogos de Computador tomavam conta de minha vida e eu já tinha o meu computador (Outra batalha que merece um Post). Adotei os jogos de computadores como os melhores, conheci amigos que jogavam em computador (Tassiano, Leandro, Elias, Valdiélio) e tive grandes aventuras que serão contadas.
Eu ainda cheguei a alugar diversos desses videogames, várias vezes, sozinho e com amigos.
Mas a universidade chegou, as placas de video 3d, GeForce, Grand Theft Auto Vice City e eu quase esqueci daqueles que me tornaram a pessoa que sou.

Até que surgiu ele em minha vida, depois de anos afastado do mundo dos Videogames, o XBOX 360. Ele possui gráficos tão bons quanto a de grande maioria dos PCs; execução prática de uma biblioteca enorme de jogos; joystick sem fio; não possui a necessidade de passar boa parte do tempo fazendo upgrades no PC para rodar um jogo novo, gastando uma nota, e quando terminar perceber que seu hardware já está ultrapassado. Me conquistou... mais uma vez.

Xbox 360, excelente videogame, vasta biblioteca de jogos,
tudo somado ao avanço da tecnologia e a popularização de
entretenimento para adultos.

O Desfecho

Os videogames sempre foram bons companheiros e tiraram de mim, vontades como o álcool, a vadiagem, as drogas e os maus costumes. Nunca me separaram do mundo real, de ótimas amizades, de aventuras incríveis com os amigos, da escola e de meus queridos pais.
Serviram como válvula de escape e alegria na tristeza muitas vezes. Guardo um carinho especial por todos os videogames que nunca me afastaram de ninguém, pelo contrário, me deram as amizades fortes que trago na vida até hoje.

A todos que nutrem o mesmo sentimento pelos bons e velhos videogames, aos Amigos do peito que se reconhecem e se identificam nesse Post, a quem quer que seja que um dia esteve na mesma causa, Parabéns. Todos fazem parte de uma Elite de garotos que hoje possui os mesmos hábitos de antigamente e são, ex-nerds ou não, pessoas admiráveis, confiáveis e de caráter. Filhos e Maridos dedicados. Mas que adoram uma boa diversão, limpa e saudável.

Grande Abraço a Todos e Até a Próxima.

9 comentários:

  1. Putz... mto massa Maurício...
    poha.. tu tem uma memória foda msm.. hehehe
    Gex!!!
    Me veio um monte de coisa na mente agora.. não lembrava mais de Gex.. adorava esse jogo.
    Juscelino merece muitas homenagens nossas. Cara, tenho certeza q muito de minha evolução intelectual se deu graças aos exercícios de raciocínio de tantos anos se divertindo com esses videogames. Lembro com muito carinho de cada etapa desse tempo. E me sinto lisonjeado com a lembrança também.. heheh.. Esse maravilhoso tempo q não volta mais vai ficar guardado aqui pra sempre com muito carinho.
    Valeu mesmo.

    ResponderExcluir
  2. Excelente post Maurício! Cara, gastei muitas horas (e dinheiro) de minha vida na locadora de Juscelino tbm... morava lá todas as tardes. Cara, vou postar sobre o Nintendo DS, acabei de adquirir um pela Deal Extreme, bicho é show de bola, vc tem que ter um cara, vai adorar, ainda mais vc que era mais nintendista!
    Abraço!

    ResponderExcluir
  3. Não esqueça que vc tbm foi uma influência grande no mundo dos games lá de Areia e entre os amigos. Cara, engraçado né... naquela época a gente era liso, mas tinha tempo pra jogar... agora temos nosso próprio dinheiro, mas muito pouco tempo... são coisas da vida! Vou te passar meu msn pra gente trocar umas idéias. Saudade dos velhos tempos!

    ResponderExcluir
  4. Nossa!
    Passou um filme em minha cabeça agora!
    Boas recordações do meu primeiro Super Nintendo - meu antigo vício.
    Bom demais o flashback proporcionado por este Post. Traz uma deliciosa sensação de nostalgia.
    É um imenso prazer compartilhar umas jogadas de Mortal Kombat Vs. DC Universe com MAurício, mesmo apanhando muuuuit dele!
    Abraço, amigão!

    ResponderExcluir
  5. Po você conheceu a saga dos video-games cara !!!! desde atari até xbox é um grande caminho no mundo dos games. Passa lá no meu blog depois e vê o que você acha.

    ResponderExcluir
  6. O unico video game que tinha era um clone do Nintendinho o Dynavision na epoca fiquei puta da vida com a minha mãe ter comprado ele. Queria era um super nintendo. Pior que não achava cartucho compativel com ele. Jogava nele mas tipo criança é terrivel quando se encrenca com uma coisa já viu. Rsrs

    ResponderExcluir
  7. Brodin. Mt onda esse seu post.

    Só faltou falar do glorioso NeoGeo. MVS (versao caseira).

    Tenho o meu até hoje.
    Com varios jogos..

    ResponderExcluir
  8. caramba !! cara eu ia contar algo mas nem deu, e sabe por que eu fiquei emocionado fui lendo sua história e as lágrima deceram. a unica coisa que vou dizer é que aos quize anos ganhei meu DACTAR. você deve se lembrar de RIVER RAIDER. ENDURO. HARD ATACK. LABERINTO. E AMIDAR. entre outros todos do saudoso ATARI um abraço Aldenisio !

    ResponderExcluir
  9. Passou um filme na minha cabeça também. Seria interessante cada um que postar colocar a idade. eu tenho 28 anos, sou de 84. O meu primeiro video game foi um dactar também, segundo foi direto no Super nintendo. E o engraçado é que eu assim como você, queria muito um Mega Driver. Quando ganhei meu super nintendo foi minha primeira virada de noite. Kkkkkk. Vlw amigos, grande abraço!

    ResponderExcluir