sexta-feira, 30 de abril de 2010

Andar de Lotação

Olá Amigos(as)!
Bem vindos ao nosso Quinto Post!

Infeliz aquele que anda no seu carro sem nunca ter experimentado a aventura que é pegar um coletivo para chegar no seu destino.

Recém chegado na Cidade Grande, aos 18 anos, tendo saído do interior da Paraíba, onde os ônibus eram apenas duas empresas que faziam translado entre Areia e as cidades circuvizinhas(São José e Bela Vista) e mais duas que passavam pela cidade com destino a outros estados (Nordeste e Itapemirim), enfrentei durante um bom tempo o conforto e comodidade que é andar de lotação.

Viação Bela Vista, amplamente utilizada pelos moradores da cidade de
Areia para o deslocamento até João Pessoa.

Para quem é novo nessa modalidade aventureira, tudo começa com aprender qual linha passa em qual lugar. Nesses casos vale a máxima, quem tem boca vai a Roma. Mas... e quem tem vergonha. É amigo, nesses casos um bom ouvido é fundamental. A técnica é a seguinte: no ponto de ônibus, devagar como quem não quer nada, a pessoa vai chegando por trás da outra, olhando para o mundo como quem não quer nada, mas com o ouvido sintonizado na conversa alheia na tentativa de identificar qual o destino delas e comparar com o seu. Entra aí então um pequena complicação. Se você for novo na cidade este plano estará invariavelmente fadado ao fracasso. Sim. Pois, se você não sabe de que lugares e pontos da cidade eles estão falando como vai se orientar? Ou você acha que na conversa alheia vai sair alguma coisa assim, "é mulher... estou indo agora para a rua em que esse menino que está aí atrás ouvindo nossa conversa vai também..." ...
E aqui ainda vale um alerta, esse método possui um grande percentual de chances de você ser encarado, ou mesmo confundido, com algum bandido, trombadinha ou tarado, já que está se aproximando dos outros, sorrateiramente, pelas costas.

Terminal Integração de João Pessoa, por aqui passam linhas de ônibus para
todos os bairros da Capital.

Sendo assim, para evitar o perigo, a melhor técnica mesmo, é o velho e bom método utilizado por cientistas desde a antiguidade, o empirismo, ou como pode ser chamado, o método da tentativa e do erro. O negócio é o seguinte, você vê um ônibus e mais ou menos imagina pra onde ele deve ir, arrisca e vai junto.
O ruim desse método é que você pode acabar gastando uns trocados a mais. Por outro lado você fica conhecendo a cidade. Ah! E não se preocupe, caso você tenha gostado desse método, ou não, você vai utilizá-lo mais de uma vez. Ou você, meu amigo ou amiga, acha que vai decorar todos os lugares por onde o ônibus passou? Da próxima vez que precisar ir para um lugar diferente lá estará ele, o empirismo.
Ah! e cuidado, muito cuidado com números de ônibus parecidos. Por exemplo o 512 é completamente diferente do 521. E isso vai te deixar mais perdido ainda, pois vai acabar te deixando num lugar totalmente estranho que você com certeza nunca viu antes. Pelo menos você sabe que se ficar dentro do ônicus, alguma hora vai acabar voltando pra o lugar de onde saiu, essa aliás é mais uma maneira bem econômica de fazer turismo.

Dentro do ônibus a coisa muda. Você estará sentado e protegido até o fim da viagem, certo? ...

... ERRADO.

É aqui que mora o perigo! Dentro do coletivo você enfrentará desafios como:

Bêbado chato. Esse é aquele cara que cisma que você é o ouvinte ideal para suas conversas sem nexo. Ele começa a falar, pela metade, de um assunto que não lhe diz respeito e que você não está nem um pouco interessado em escutar. Esse cara vai ficar a viagem toda tagarelando e se você pensar em mudar de lugar, se ele não for junto, poderá ficar altamente magoado porque você não quis lhe dar ouvidos. Ah! Não esqueçamos também dos ébrios que falam cuspindo e daqueles que sentados ao seu lado sonolentos, teimam em cair em cima de você. E a coisa só piora se você estiver indo encontrar alguém, que terá certeza que você já deu um gole no Todinho antes do encontro.

O companheiro que exagerou na dose de Todinho e que algumas vezes
fará do coletivo, sua casa.

Cara com Suvaqueira. Para aqueles que não estão familiarizados com o termo, suvaqueira é o odor característico dos gases resultantes do acúmulo de bactérias ou de substâncias não comuns a região das axilas. Esse camarada, que por sinal NÃO sente seu próprio perfume natural, vai andar sempre de pé com os braços levantados, distribuindo assim perfumes para todos, especialmente o passageiro que der a sorte de sentar ao lado do local que o cidadão escolher para ficar.

 É... nesses casos nem é bom comentar nada.

Trombadinha Arrependido de Discurso Decorado. É aquele que decorou um texto que usa em todos os ônibus que entra. Ele fala sem nem parar pra respirar, é mais ou menos assim. BoatardemeusamigosqueestãocomagraçadeDeusandandonesseônibus. Estouaquiparapediraajudadevocêsparaajudaressepobremeninoquenãopodetrabalharparaajudarafamília. Eupoderiaestarroubandomasestoupedindo. CARAMBA! Que raiva que dá. Como é que ele tem o atrevimento de dizer que poderia estar roubando? Dá vontade de bater em quem ainda se compadece com os trombadinhas. E olha que ainda tem umas senhoras que vendo o menino começam a chorar de pena. A globo devia era contratar esse moleques.

Vendedor de Drops. Esse usa a mesma técnica do Trombadinha Arrependido para decorar seus textos, a diferença é que ele fica insistindo pra que você compre um drops, muitas vezes já cheio de formigas e de data e procedência duvidosa. Alguns desses até distribuem papeizinhos contendo um texto, pra não precisarem falar oras..

Emboladores de Côcocaracterística sua. Mais ou menos assim:

Olha aí o meu amigo,
Com a camisa amarela,
Compre a pastilha a mim,
Para não ficar sem ela,
Chegue lá na namorada,
E dê um beijinho nela...

É pessoal. Tem de tudo nos coletivos. Agora triste daquele que tentar fazer feira e levar no coletivo. Nesses casos você dificilmente achará um ônibus vazio. Sabendo do perigo de esperar outro ônibus cheio de sacolas de compras você entra no primeiro coletivo que aparece. Lá vem você com sacolas penduradas até no pescoço, mal entra no ônibus e o cobrador já dá uma pancada com uma moeda na roleta que é o sinal para o motorista partir. Você tomba logo de lado com meio mundo de sacolas na tentatica de se segurar e procurar o dinheiro ao mesmo tempo. Você paga e na hora de passar pela roleta as sacolas ficam engalhando e o cobrador só te encarando. Tudo isso rezando para uma das sacolas não rasgar. Caso isso aconteça aí tá feito o estrago. Se você comprou um refrigerante de 2 litros, pode esperar que a sacola vai rasgar e seu refri vai sair rolando pelo chão do coletivo. Nãos e preocupe, quando você sair provavelmente vai encontrá-lo debaixo da cadeira de alguém lá do outro lado do ônibus.

 Uma situação comum, e por sinal tranquila, do interior
dos ônibus coletivos.

Não pense que o motorista ou alguém vai ajudar você não. Até parece que esses ônibus são feitos para atrapalhar.

Você com certeza já deve ter visto o lugar que eles reservaram para as mulheres gestantes e os velhinhos colocarem suas moedas. Um cofrinho com uma entrada minúscula que no balanço do ônibus ninguém nunca vai acertar.

Ah! E com certeza você já via a cadeira reservada pra que necessita de cuidados especiais. Também chamada de Cadeira da Morte 1 ela está localizada bem na frente do õnibus, sozinha, até parece que numa situação de emergência como uma batida, por exemplo, o aleijadinho, coitado, vai levantar de repente e sair correndo pra se salvar.

Sem falar da Cadeira da Morte 2, também conhecida como Jesus tá Chamando, que está localizada atrás da Cadeira da Morte 1 e que é mais alta que as demais e não possui nenhum anteparo na frente. Ela é reservada para gestantes e mulheres com crianças de braço. Eu aqui faço um apelo, não sentem nessas cadeiras. Corre-se o risco de numa batida o princípio da inércia agir e o bebê sair voando em direção ao pára-brisas igual a um projétil de revolver.

Outra vantagem de se pegar coletivo ao invés de dirigir seu carro. Se você, por acaso, esquecer sua carteira no carro, vai ficar preocupado o dia inteiro tentando lembrar onde deixou a carteira, com todos os seus documentos e dinheirinho sofrido, e vai ter que voltar ao carro para procurar. Se você perder no ônibus, pronto! Nunca mais vai ter que se preocupar com ela, porque, meu amigo, nunca mais você vai ver nem a cor da sua carteira.
O mesmo acontece com todos os outros pertences de pequeno porte, sejam eles, celular, guarda-chuva, bolsa, mochila e outros mais.

Ser assaltado em ônibus também é uma vantagem. Na rua você pode tentar reagir e fugir correndo o que colocará a sua vida em perigo. No coletivo, os sentimentos de reação são reprimidos, porque não vai ter pra onde correr, e sua vida vai estar segura. Ah! E não se preocupe, mesmo que o ônibus esteja lotado, nenhum dos outros passageiros vai reagir também, na verdade eles até vão sair de perto, deixando a certeza de que sua vida estará garantida.

Pois bem caríssimos amigos. São essas experiências que enriquecem nossas vidas e nos propiorcionam lembranças deliciosas. Digo deliciosas porque hoje podemos enxergar ao avanços que fizemos. Podemos sentir todo nosso trabalho dando frutos e nos recompensando pelas boas pessoas que nos esforçamos para ser.

Sendo assim, fica aqui meu grande abraço a todos que compartilham do mesmo passado e mais um alerta final. Caso precisem utilizar o transporte público, não se deixem levar por este Post bem humorado. O coletivo existe e beneficia muita gente, inclusive nós mesmos, ligando grandes distâncias e fazendo história em nossas vidas.

Afinal de contas, nada é tão ruim que não possa ser piorado.

Não deixem de comentar e citar suas experiências.

Grande Abraço a Todos!
Até o nosso próximo Post!
Fiquem ligados!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Compra Lá Pra Mim.

Olá Pessoal.
Sejam bem vindos ao meu Quarto Post.

Esse é dedicado a geração pré-internet, aqueles garotos que conseguiram umas espinhas a mais do que deveriam nos primeiros anos de sua adolescência.

Sem sombra de dúvida a geração YouTube perdeu o que eu entendo como uma das melhores fases da infância e da juventude. Os perigos e as aventuras passadas pelos "experientes" Marceneiros de Quintal, não metiam o medo que era, para qualquer pré-adolescente, conseguir uma revista de Mulher Pelada.

O Cenário

Nós estamos em Areia, uma cidadezinha pacata do brejo paraibano, em meados de 1992. Os valores e a tradição familiar ainda imperam, e a principal fonte educadora é o Colégio Santa Rita, uma escola de tradição e sob regime de Freiras Franciscanas vindas da Alemanha.
Nem se pensava em internet caseira. Na verdade quase não existiam computadores nas casas de muita gente. Kit Multimídia então? Banda Larga e Monitor Colorido eram coisa de filme Sci-Fi. (e lembre que não faz muito tempo os supercomputadores dos filmes eram máquinas enormes cheias de botões e luzinhas coloridas piscando que nem eram computadores de verdade, muitos deles não tinham nem monitor...)
A cidade possuia UMA (01 unidade) Banca de Revistas, que mais parecia um beco sem saída, e a principal atendente era uma senhora no auge de seus 60 anos de idade.

O Dilema, os Problemas e a Missão

No auge dos hormônios, conseguir qualquer tipo de material pornográfico era quase uma tarefa do Seriado Missão Impossível. Quando se tinha notícia de alguém que possuia um material desse tipo todos encaravam a pessoa como a frente de seu tempo, revolucionário ou mesmo rebelde.


Típico exemplo de Revista Antiga. Anúncios provocantes
levavam os garotos a cobiçarem a revista.

Veja que estamos falando aqui de uma simples revista, nada de filme, uma pobre revistinha, a maioria das vezes com fotografia em preto e branco e algumas, não raras vezes, com desenhos, manuais mesmo, de pornografia.
Essas revistas eram tratadas como se fossem as últimas existentes após uma guerra nuclear, material raríssimo e de valor inestimável, logo sendo protegidas como tal.

Em algumas revista as cenas eram desenhos feitos
a mão mesmo, nunca vi coloridos.

O medo de sermos dedurados aos nossos pais, e até mesmo a timidez de irmos até a Banca de Revistas pedir uma revistinha que vinha dentro de um plástico lacrado com letras garrafais pretas dizendo PROIBIDO PARA MENORES DE 18 e em alguns casos 21 ANOS, nos fazia recorrer aquele conhecido mais velho e experiente (geralmente com 14 ou 16 anos). Mesmo recorrendo a eles ainda  corríamos o risco de sermos ridicularizados pela nossa timidez excessiva. Vinha então a pergunta que dá nome ao Post, Compra lá pra mim?

Nesses casos, muitas vezes depois da aula, entravamos primeiro na Banca de Revista como se estivéssemos interessados naquela revistinha da Turma da Mônica ou outra revistinha de Atividades Infantis. A gente ficava olhando e depois de um tempo saíamos dirigindo o nosso olhar para a prateleira especial que ficava na parede,  não por acaso, acima da cabeça da dona da Banca de Revistas. Era quase impossível olhar a revista e não dar de cara com o olhar dela nos encarando. Quando isso acontecia era comum o menino tremer as pernas e gaguejar, na INÚTIL tentativa de dirfarçar seu interesse na pornografia, falando alguma coisa.

O fato era que a gente saía da Banca de Revistas e descrevíamos, para aquele conhecido, a revista que mais havia chamado nossa atenção. "... é uma revista amarela, que tem uma mulher ruiva na capa, com o cabelo em cachos encaracolados e está usando um vestido vermelho..."
O conhecido entrava lá e minutos depois voltava com uma revista que rapidamente colocavamos dentro da mochila onde levávamos nossos livros escolares.


Mais um exemplo da Tentação do Diabo.

Partíamos para casa e veja o que acontecia.
Normalmente quando se chega em casa depois da escola você entra vai para seu quarto joga a mochila na sua cama e sua mãe nunca, eu disse NUNCA, ia olhar nada na sua mochila.
Quando estávamos de posse da revista proibida, ao invés de seguirmos a mesma rotina e não despertar nenhuma suspeita, fazíamos o maior circo.

Você chegava em casa e já demorava o maior tempo para entrar, esperando todos entrarem na sua frente para não levantar suspeitas você ficava arrudiando a casa umas 10 vezes. Depois você entrava sem falar com ninguém e não desviava o olhar pra onde quer que fosse, para não levantar suspeitas. Colocava a mochila totalmente alinhada e justificada no meio da cama, completamente alinhada com os travesseiros, tudo para não levantar suspeitas. Ia para a cozinha almoçar e não dizia uma palavra, quando normalmente passaria o almoço falando, somente pensando na revista, para não levantar suspeitas. Quando sua mãe esboçava a menor reação de fazer uma pergunta, rapidamente você ficava com olhos e ouvidos bem abertos para responder de primeira e, sem sucesso, da forma mais natural possível com o intuito de não levantar suspeitas.
Terminava-se a refeição e corria-se para o quarto verificar a integridade do pacote secreto que ninguém havia sequer chegado perto, graças, claro, a todas as medidas de segurança que havia tomado. Tirava a revista da mochila e rapidamente escondia no lugar mais secreto possível. Embaixo da cama, dentro daquela pilha de brinquedos que sua mãe nunca mexia, dentro do armário, dentro daquele boneco oco, etc.. cada um usava a imaginação que tinha. Só depois você ficava mais tranquilo, mas sempre atento para uma mudança no comportamento de sua mãe.

Quando seus pais anunciavam uma viagem que você normalmente daria tudo pra ir, vinha a resposta: "num vou não... tô sem vontade...". Essa era a oportunidade perfeita para olhar aquela revista especial. Você esperava ansioso seus pais e irmã(ãs) saírem de casa para ir depressa até o enconderijo pegar a revista, abrir o saco com cuidado e descobrir que se tratava não de uma revista com fotos coloridas como mostrava a capa, mas sim de um livro de contos. Agora me diga, quem é que quer um maldito livro de contos sem uma foto sequer?
É amigos é o risco que se corre ao pedir para alguém fazer o que deveria ser feito por você mesmo.

Sendo assim, o melhor mesmo era conseguir esse tipo de material no mercado negro, ou seja, com o conhecido do amigo de um amigo seu. Geralmente ele cobrava de você um precinho "camarada" pelo material de primeira, mas algumas vezes, você conseguia de graça, eram os casos em que os caras mais velhos, com "outras coisas mais reais" em mente e em prática, deixavam o legado para os mais jovens.
Com o material em mãos era hora de juntar a galera e apreciar a natureza em sua forma mais primitiva. Aqueles desenhos em preto e branco despertavam os jovens homens presos em nosso corpos de meninos. A satisfação era garantida.

Depois de algum tempo estudando a arte era hora de guardar o material para consultas futuras. Aí cada um dava seu jeito. Alguns escondiam, deixavam com os amigos, camuflavam no meio de outras revistas, deixavam embaixo do colchão, no forro do teto, etc.
Eu particularmente bolei uma técnica, digamos, pirata. Construí uma caixa de madeira com sobras de caixas de uva, coloquei as revistas dentro de um saco plástico, coloquei dentro da caixa, cavei um buraco atrás do muro de casa, enterrei as revistas e marquei o local num tijolo do muro...
Lembro que foi tão cansativo que eu só tive coragem de desenterrar o material uma vez. Depois nunca mais enterrei denovo.


Outra forma que eu tinha de arrumar pornografia era na Festa da Padroeira da Paróquia de Areia, no mês de dezembro. Nessa época varias barracas de jogos e diversões iam para a cidade, dentre elas algumas vendiam uns artigos ilícitos para o garoto que pudesse pagar. Dentre os artigos estavam alguns baralhos eróticos (relativamente caros para se comprar com a mesada) e calendários de mulheres peladas (bem mais acessíveis). Eu comprava uns dois desses calendários, que geralmente mostravam belas moças montadas ou ao lado de cavalos, comprava o ingresso da Roda Gigante e esperava ficar lá em cima para sacar o calendário do ano passado do bolso e admirar a arte.

Lembro também que passar em frente das oficinas mecânicas sempre rendia um olhadinha nos pôsters das belas mulheres com roupas rasgadas... coitadinhas.

Mas aí meu bigodinho de 14 anos já estava nascendo e eu tinha certeza absoluta de que com ele poderia muito facilmente enganar a dona da Banca de Revistas.
Mas ela sabia, e eu sabia que ela sabia, que no fundo eu sabia que ela sabia que eu não tinha a idade do aviso na capa da revista. Mas mesmo assim ela vendia, sabendo que bons garotos não são moldados por uma simples revista.
Afinal, de que vale a vida sem um pouquinho de pimenta.

Grande Abraço a Todos!


Comentem suas aventuras!!


Até o próximo Post!


quinta-feira, 8 de abril de 2010

Teoria do Azar Cinematográfico Menino-Mulher-Protagonista

Olá Pessoal!
Sejam Bem Vindos ao meu Terceiro Post.

Atenção esse Post contém Spoilers de filmes.

Sabe aquele filme que você espera o ano todo pra ver? Aquele no qual você deposita toda a sua confiaça pensando, "esse vai ser um filme incrível", e de fato o filme se mostra assim.
Você vê a origem de um personagem enigmático, porém cativante, que te faz sentir simpatia extrema por sua causa e até reflete alguns traços de sua própria personalidade na tela do cinema.
Ele se envolve, por acaso ou por destino mesmo, numa trama intrincada, que você tem certeza, com suas habilidades, já demonstradas ao telespectador previamente, ele vai sair dessa fácil. E isso vai acontecendo.
O Herói está lá forte, em sua missão, sem dó nem piedade dos inimigos e de si mesmo, sacrifica sua integridade física pela causa na qual nós acreditamos. O filme está perfeito.

Até que entra em cena aquele menino, muitas vezes órfão, sofrido, absurda e completamente vulnerável a qualquer proposta, por mais absurda que seja, do vilão ou do seu capanga. Um menino muitas vezes atrevido, que também vê no herói simpatia, a salvação de sua vida patética. Esse menino é... simplesmente... um merda.

Você sabe. No momento em que o menino aparece, que, se o filme não estiver, com certeza o protagonista estará, pura e simplesmente, condenado.

Todas as habilidades, poderes, técnicas, sacadas, artimanhas, espertezas, força, rapidez, fluidez, sorte... tudo... simplesmente não será páreo para o desgraçado do menino que, no mínimo, se não matar ou aleijar, vai deixar a vida do herói, muito, mas MUITO MESMO, mais complicada.

Um exemplo clássico, e conhecidíssimo, deste caso é o filme Rambo 3, lembra desse? Meus amigos, quaaaase que, ninguém menos que John Rambo, morre por conta de um miserável de um menino que ainda por cima queria "A" faca de Rambo. Não contente, o pidão do menino ainda pede o "colar da sorte" de John, presente de sua "única" amada, morta, que ainda será citada no post. Dá pra acreditar na mala que o menino é? E lembrem-se, o pirralho logo que aparece já faz milhares de perguntas totalmente desnecessárias ao andamento do filme. "O que é isso? De que é feito aquilo? Pra que serve isso? Como se usa aquilo?" Dá um tempo. Por que vocês acham que o Rambo 1 é tão bom e fez tanto sucesso? Não existe nenhum menino.


Cena do filme Rambo 3: reparem no detalhe que
o garoto já está usando o colar da sorte de John Rambo.

Vocês podem estar pensando que foi um mero capricho do acaso. ENGANO! Aqui vão mais alguns exemplos.

A Procura da Felicidade.
Não seria muito mais fácil para o protagonista passar por todos os apertos que passou sem ter que carregar a mala que é aquele menino?

Cena do filme A Procura da Felicidade. O filho de Will Smith,
que a propósito eu odeio, dificultando a vida do pai.

Quer mais um? Ok! A Luta pela Esperança, além de Russell Crowe ter que lutar pra sustentar sua família, ainda entra em cena um menino, com fome, que vai fazer nosso herói deixar de comer para alimentar o menino, lutando assim com fome. Quer dizer que já não basta ser esbofeteado, ele tem que fazê-lo... com fome? Não seria mais fácil o menino esperar o pai, alimentado, lutar com forças e trazer dinheiro para casa? E detalhe, não é porque não tem comida para o menino, é que ele come o dele e depois quer o do pai.

Não se enganem pelo sorriso de Russel Crowe no filme
A Luta Pela Esperança, ele sorri para não chorar. Além de
tudo ainda tem que carregar nos braços três malinhas.


Pois bem, não pensem que acabou, pois outra pessoa que consegue disvirtuar o filme completamente é a mulher.
Sensual, linda, perfumada, delicada, apaixonante. Uma obra de arte de Deus... em casa. Longe da ação e da aventura dos filmes. Mulher tem muito azar em filmes, e seu charme invariávelmente levará a perdição do protagonista.
Quando ela é uma guerreira, como em Conan - O Bárbaro, ela até vai salvar o herói e dar a vida por ele, nesse caso o filme é Excelente, mas é minoria. Mesmo assim lembrem-se que mesmo nesse filme, com uma mulher guerreira, Conan quaaase se acaba no álcool.

Até o Cimério Conan quase sucumbiu a maldição cinematográfica
das mulheres, no seu caso a Guerreira Valéria, no filme Conan o Bárbaro.

Exemplo clássico Rambo 2. Aparece uma mulher que quaaase tira John Rambo do que ele faz de melhor, guerra. Tem condição? O cara já tinha até desistido de matar gente e já ia embora, não iria ter nem Rambo 3 nem muito menos o Rambo 4, somente o Rambo 1,5.

A agente indígena Co Bao. Se não tivesse morrido no filme
John Rambo teria desistido de salvar os P.O.W.s, desistido de
lutar e ido para casa. Rambo 2 iria ser um filme do gênero Drama.

Outro sensacional é o filme 007 - Cassino Royale. Lembrem que esta, na cronologia do Agente Secreto Britânico, é a segunda ou terceira missão de James Bond. Quem entra em cena? Vesper, uma mulher que parece aliada, mas na verdade é usada contra nosso protagonista e até está contra ele. Recordem que até fazer com que Bond assine sua demissão ela faz. Nada menos do que 20 filmes não existiriam se dependesse dela. E lembrem que as mulheres atormentam a vida de 007 faz tempo. Talvez seja por isso que ele troca de mulheres como troca de roupa.
Mas tudo se resolve com um artifício mágico usado pelos cineastas. Logo mais voltarei a 007.

A sedutora Vesper, conquista o coração de James Bond,
trai o agente secreto, que já havia assinado sua demissão,
depois se arrepende e comete suicidio, salvando assim toda
a série 007.

Nem De Volta Para O Futuro - Parte 3 escapa. O Doutor Emmet Brown, após acertar todos os detalhes de um plano que transforma uma locomotiva em força motriz para enviar o DeLorean a 55 milhas por hora para o futuro, tem que abrir mão de voltar para casa, pois aparece uma caríssima professora que faz nosso amigo Doc. ficar para trás e perder sua carona, tudo para salvá-la da morte certa ao tentar voltar para os braços do seu amado cientista depois de se arrepender de tê-lo abandonado.

A professora Clara Clayton atrapalha os planos de Marty McFly
e Dr. Emmet Brown, causando a maior confusão no final da terceira
parte da cinesérie De Volta Para O Futuro.


Sendo assim, caros amigos, não esqueçam dos filmes que não satisfeitos com o menino ou a mulher, combinam um menino e uma mulher para atormentar a vida do herói.

Caso clássico Eu Sou a Lenda. Simplesmente o nosso amigo Will Smith morre porque não tinha espaço na câmara do final do filme para salvar mais que duas pessoas. O que a índole de nosso herói o impõe a fazer? Salva o menino e a mulher e MOOOORRE. E lembrem-se de quanto tempo ele passa vivendo tranquilo em sua casa até que uma mulher aparece e leva a horda de monstros atrás deles.

No filme Eu Sou A Lenda, um menino e uma mulher,
dos quais nem lembro o nome, condenam a morte
"A Lenda" em pessoa.

Indiana Jones e o Templo da Perdição, esse é fantástico, pois nesse filme ele não tem somente um, mas DOIS piralhos e uma mulher para atrapalhar sua vida.

Em Indiana Jones e o Templo da Perdição, uma mulher
e dois meninos dificultam a vida de Indy. Fico devendo a
imagem do segundo garoto, que era um nativo prisioneiro.

Não esqueçam dos filmes em que o pirralho e a mulher se fundem numa única criatura, uma pirralha. Caso clássico Comando Para Matar. Nesse o nosso amigo Arnold, para salvar uma pirralha se mete numa guerra absurda e ainda por cima sozinho.

O Coronel John Matrix entra numa guerra, sozinho,
contra um exército para salvar sua filha Jenny, no filme
Comando Para Matar.

Mas quando tudo parece perdido para nossos heróis, entra em cena a ferramenta que tem o poder de salvar o filme da destruição total. A Morte dos coadjuvantes.
Essa sacada sensacional dos cineastas sela o destino dos meninos(as) e mulheres azaradas nos filmes. O único futuro pra eles, na visão dos cineastas, é a morte.
E dessa forma muitas são as mortes que devolvem aos protagonistas o ideal do princípio e sua causa, agora restaurada, retorna com força total. Aqui me arrisco a dizer que uma mortezinha até deixa nosso herói mais poderoso.

Vejam o caso do próprio Rambo 2. A morte da Agente Indigena Co Bao transforma o John em praticamente um demônio matador. Renovado após o enterro de sua amada ele se torna o que o espectador quer ver e sai detonando tudo. Pelo menos até Rambo 3...

O Agente Secreto Britânico 007, se torna quem é por conta da morte de Vesper, ele retorna para o MI6 e se transforma no James Bond que conhecemos hoje.

Dessas mortes nenhuma é mais significativa do que a que se segue. O que seria da Escócia se William Wallace tivesse vivido feliz para sempre com sua amada Murron MacClannough em Coração Valente? A morte dela simplesmente desencadeou a luta pela Liberdade da Escócia.

No filme Coração Valente a força motriz do revolucionário
William foi a morte de sua amada Murron.

Falando sério agora. Não sou machista de forma nenhuma, nem tão pouco odeio crianças. Na verdade esse Post é uma grande homenagem a filmes que marcaram minha vida. Fizeram parte de minha infância, adolescência e ainda são parte de mim. Nesses filmes acompanhei aventuras incríveis e senti emoções que milhares de outras pessoas também sentiram.

No entanto, pare um pouco pra refletir sobre como funciona essa coisa de cinema. Os cineastas, roteiristas, editores, produtores e diretores sabem que suas histórias precisam de reviravoltas para manter o interesse do telespectador pela película. Resumindo, quanto mais interesse, maior o envolvimento, e, quanto maior o envolvimento maior o lucro obtido com o filme.

Como não se mexe em time que está ganhando, a fórmula para se fazer filmes continua bem parecida ao longo dos anos e mesmo assim continuamos fissurados pelo cinema. É normal, pois cinema é a expressão de nossas vidas, sonhadas ou vividas, bem diante de nossos olhos para que todos vejam, e isso meus amigos, é delicioso.

Mas sei que a Teoria do Azar Cinematográfico existe, e sei que você, caro amigo, também pensou em vários filmes em que isso acontece, ou imaginou pensar em filmes em que isso não acontece. Eu duvido. Acontece em praticamente todos os grandes Blockbusters.

Compartilhe sua opinião, comente.

Grande Abraço a Todos. Até o próximo Post.


Atualização - 14/04/2010 - 22:35h

Acabei de assistir O Livro de Eli. Muito bom, por sinal.


Atenção Spoiler Forte! Só leia se já tiver visto o filme!



Se não viu o filme volte depois. Se já viu continue lendo!



No entanto ele só vem fortalecer ainda mais minha teoria. No filme, Eli, personagem de Denzel, é o cara. Ele é agil, forte, praticamente inatingível, tudo aquilo que falei de nossos heróis Eli é... ou pelo menos é até que conhece a jovem Solana, interpretada pela atriz Mila Kunis. Pois é amigos, observem que a missão de Eli é passar em segurança com a última Bíblia do mundo, sem chamar atenção até os confins do Oeste.

O Livro de Eli. Taí, mais uma que condena o herói. Solana
cumpre bem seu papel de mulher azarada. E tem mais,
ela termina o filme achando que é a própria "Elia".

E tudo seria cumprido não fosse a sem noção Solana, que na primeira oportunidade que tem dá com língua nos dentes e denuncia o segredo de Eli. Ele até tenta deixá-la para trás, mas Solana é persistente. O fato é que no final das contas o pobre do Eli, que vagou tanto tempo com o livro é baleado a queima roupa e morre um tempinho depois. Culpa de quem??? SOLANA. Mais uma azarada do cinema.

Mesmo assim, excelente filme. RECOMENDO!

Grande Abraço a Todos.
Até o próximo Post.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Hard Game, Easy Life. Minha Vida de Videogames.

Oi Pessoal!
Bem vindos ao meu Segundo Post.

Este eu dedico especialmente a todos que um dia passaram algumas horinhas na frente da TV, ou nos fliperamas, ou ainda em locadoras, se divertindo e outras na frente dos pais explicando que Videogame não faz mal nem a TV e nem ao cérebro quem joga.

O Início

Como todo bom jogador de videogame a paixão pelo mundo virtual sempre tem um começo, e eu lembro bem de como a minha começou.

Eu ainda era muito pequeno, coisa de uns seis anos, quando meu pai trouxe para casa uma caixa com um equipamento estranho dentro. Lembro que ele me chamou e disse que era um Videogame emprestado de um amigo, Francisco Jardelino de Areia, e que ele deixaria uma semana lá em casa.

CLARO que eu já tinha ouvido falar de videogames, mas ver o DACTAR (genérico nacional do Atari) na minha frente foi algo que mudou minha vida. Meu pai me falou das fitas (cartuchos), que eram onde ficavam os jogos, e eu ficava maravilhado olhando. Lembro de uma fita branca, que eu achava a mais legal de todas, que tinha um joguinho de tiro ao alvo, e de todas as outras, com chaves para mudar o jogo e tudo o mais. Ao final da semana, que passei jogando, o estrago estava feito e o garoto (eu) nunca mais seria o mesmo.

 Olha uma raridade aí. Uma foto que meu pai me enviou recentemente
que eu nem sabia que existia. Eu e o Dactar.

Dactar, videogame genérico do Atari. Fez um bom sucesso no Brasil
e lá em casa principalmente.

Depois desse dia passei a pedir periodicamente um videogame só pra mim. Mas meu pai não podia reservar um dinheiro só pra isso e meu sonho ia sendo adiado. Durante esse tempo sempre que eu ouvia falar de amigos de meu pai que tinham filhos com videogame, o acompanhava em suas visitas aos amigos só pra ver de relance os videogames dos outros garotos, mesmo que estivessem desligados, eu achava o design deles sensacional. De vez em quando eu dava a sorte de chegar e ter alguém jogando, pronto, era a realização.

Nesse periodo cheguei a ver muitos modelos, o Atari de verdade, o Odyssey, o Phantom System, um tal de Nintendo, e depois um que fez muito sucesso no Show da Xuxa, um tal de Master System, que eu conheci e JOGUEI, na casa de um primo rico que morava em João Pessoa. Lá pude ver o jogo Black Belt.

Master System, o sonho de consumo de milhões de garotos.
Distribuído pela TecToy, no Brasil fez um sucesso absurdo.

Tudo que eu via, perguntava aos meninos mais velhos, e ia juntando informações sobre videogames, jogos e vantagens de cada um. Mas o tal do Master System me perseguia. Me recordo que no Show da Xuxa tinha um quadro em que os garotos ficavam numa Câmara isolada de som e gritavam SIM ou NÃO quando uma luz acendia. Ví muitos garotos ganharem os seus próprios videogames Master System assim. Vi também muitos trocarem um MASTER SYSTEM por uma caixa de fósforo ou coisa parecida. E eu enloquecia em casa. Gritava NÃÃÃÃOOOOO, mas os garotos falavam sim e perdiam.
Não aguentava, mudava de canal e eis que lá estava ele, Sérgio Malandro, abrindo uma porta dos desesperados e o que tinha lá dentro. Um Master System.

A Realização do Sonho

Lembro que quando íamos até o Hiper Bompreço de Campina Grande eu ia só pra ver o videogame. Não dava outra, lá estava ele na prateleira e eu implorando por um a meu pai. Pedi tanto, tanto, tanto...
... que ele cedeu.

No mês de Junho de 1990, na minha 3ª série do ensino fundamental, meu pai comprou duas fitas do Master.

Espera aí. Duas fitas? E o Videogame?

Pois é! Duas Fitas, nada mais, Choplifter e Grand Prix. Ele me disse que compraria o Videogame no final do ano quando teria um pouco mais de grana sobrando. Mas que levaria a fita pra me mostrar que estava falando sério.

Choplifter, um joguinho de resgate de soldados onde
se controla um helicóptero.

World Grand Prix, o primeiro cartucho que joguei
no meu Master System.

Pra mim era o suficiente. E eu passava horas só olhando e cheirando as fitas, até que um dia, pertinho do meu aniversário ele chegou. Meu pai cumpriu a promessa e me deu o Master System. Presente de Aniversário 18 de dezembro e Natal 25 de dezembro. Eu nem liguei. Tinha o meu Master System jogo na memória e pistola, e mais, eu tinha DUAS FITAS. Era sensacional! No tempo em que pirataria nem existia encontar um jogo em uma loja pra vender, era difícil, e por um preço acessível então, quase impossível.

Meu pai ligou o videogame, colocou Grand Prix e me ensinou que deveria ter o máximo de cuidado, pois esse era um equipamento eletrônico que merecia cuidados e o principal, era caro. Ele me disse que não era preciso apertar os botões com força e desde esse dia morro de raiva vejo alguém apertando os botões dos controles, de qualquer videogame que seja, como se fosse enfiar um prego na madeira com a cabeça do dedo.
O meu cuidado era tanto que eu guardava as fitas dentro de suas caixas originais dentro de uma caixa de isopor. No começo eu tinha que chamar meu pai quando queria trocar de jogo. Mas um dia escondido eu tentei mudar sozinho e consegui. Estava independente!
Depois vieram outros jogos, presentes de meu pai, além dos jogos na memória do videogame e dos secretos como Labirinto.

Foi um tempo de glória! No entanto a tecnologia passa rápido e novos videogames surgiam. O Mega Drive virou febre e começava a se falar de um tal de Super Nintendo, um videogame pouco conhecido que quase ninguém falava. Mas eu já era Mestre do Master... :| ... e já havia conhecido mais pessoas com o mesmo videogame em Areia. Foi nesse tempo que descobri que existia um tal de computador e que se jogava nele também. Foi através de um menino do colégio, um tal de Lulinha que era bem popular. Perguntei se ele jogava videogame e ele respondeu que jogava no computador, começava aí uma ampliação de horizontes jogabilísticos que falarei no futuro em outro Post.
Dos amigos que tinham Master joguei Alex Kidd, Rambo 3 - O resgate, Shinobi, e mais alguns jogos que ganhei de meu pai, Michael Jackson Moonwalker, California Games, E-Swat.

A Nova Tecnologia

Mas meu Master começava a caducar e eu já queria outro videogame. Com as condições financeiras melhores, meu pai concordou em vender o Master pra comprar em Salvador, num congresso que iria pelo trabalho, um Mega Drive. A Sensação. E eu seria igual aos outros garotos que também tinham um Mega e jogos para emprestar e pegar emprestado. Lulinha, Damy. Eu ainda não era tão amigo deles, mas me tornaria com o Mega. Foi quando meu pai ligou pra mim. Ele disse que já estava voltando pra casa e que na loja em que ele estava não tinha mais o Mega, só um tal de Super Nintendo, que o vendedor falava que era melhor que o Mega.

Mega Drive, videogame de muito sucesso no Mundo, no Brasil e,
principalmente, lá em Areia, onde conseguiu muitos adeptos.

E quem lá era esse vendedor pra saber de alguma coisa??? Eu queria o Mega. Mas pra não ficar sem nada concordei em comprar o Super Nintendo. Sabia que iria ficar isolado com mum videogame ruim que nunguém queria. Mas que engano o meu.

O Super Nintendo chegou com meu pai e com ele um mundo incrível de jogos com sons e imagens abusolutamente fantásticos. O Mega perdia espaço e o Super Nintendo lotava as locadoras de Areia. Eu estava à frente do meu tempo. Tinha o que todos desejavam e fui feliz assim.

O fantástico Super Nintendo, o último videogame que tive
antes da Era Laser.

As locadoras de Areia, mais precisamente a JES Locadora (Jucelino e Socorro Locadora), merecem um Post Especial.

Depois de um tempo maravilhoso, com o avanço da tecnologia, meu Super Nintendo foi perdendo espaço e eu me aventuraria pelas locadoras conhecendo o Mundo Novo com o 3DO, (Gex e Need for Speed), Saturno (Daytona USA e Worms), Playstation (Tomb Raider, Resident Evil), Nintendo 64 (Mario 64 e Mario Kart 64).

3DO, um videogame de pouco sucesso, mas que já possuia a
tecnologia laser, com jogos em Cd.


Sega Saturno, um videogame da Sega que rivalizava com o
Playstation da Sony, apesar de possuir excelentes jogos, seu
poder limitado de processamento e sua biblioteca menor que a
do rival da Sony foram suficientes para obscurecer seu sucesso.


Sony Playstation, o videogame de maior sucesso que vi em Areia.
Responsável pela abertura de várias locadoras e sucesso de games
como Tomb Raider, Resident Evil e Winning Eleven.

Nintendo 64, também de grande sucesso, mas sua biblioteca reduzida,
se comparada a do Playstation, e o preço de seus cartuchos, caros quando
comparados aos Cds pirateados do PS, o tornaram pouco acessível em Areia.


Nesse maio tempo os jogos de Computador tomavam conta de minha vida e eu já tinha o meu computador (Outra batalha que merece um Post). Adotei os jogos de computadores como os melhores, conheci amigos que jogavam em computador (Tassiano, Leandro, Elias, Valdiélio) e tive grandes aventuras que serão contadas.
Eu ainda cheguei a alugar diversos desses videogames, várias vezes, sozinho e com amigos.
Mas a universidade chegou, as placas de video 3d, GeForce, Grand Theft Auto Vice City e eu quase esqueci daqueles que me tornaram a pessoa que sou.

Até que surgiu ele em minha vida, depois de anos afastado do mundo dos Videogames, o XBOX 360. Ele possui gráficos tão bons quanto a de grande maioria dos PCs; execução prática de uma biblioteca enorme de jogos; joystick sem fio; não possui a necessidade de passar boa parte do tempo fazendo upgrades no PC para rodar um jogo novo, gastando uma nota, e quando terminar perceber que seu hardware já está ultrapassado. Me conquistou... mais uma vez.

Xbox 360, excelente videogame, vasta biblioteca de jogos,
tudo somado ao avanço da tecnologia e a popularização de
entretenimento para adultos.

O Desfecho

Os videogames sempre foram bons companheiros e tiraram de mim, vontades como o álcool, a vadiagem, as drogas e os maus costumes. Nunca me separaram do mundo real, de ótimas amizades, de aventuras incríveis com os amigos, da escola e de meus queridos pais.
Serviram como válvula de escape e alegria na tristeza muitas vezes. Guardo um carinho especial por todos os videogames que nunca me afastaram de ninguém, pelo contrário, me deram as amizades fortes que trago na vida até hoje.

A todos que nutrem o mesmo sentimento pelos bons e velhos videogames, aos Amigos do peito que se reconhecem e se identificam nesse Post, a quem quer que seja que um dia esteve na mesma causa, Parabéns. Todos fazem parte de uma Elite de garotos que hoje possui os mesmos hábitos de antigamente e são, ex-nerds ou não, pessoas admiráveis, confiáveis e de caráter. Filhos e Maridos dedicados. Mas que adoram uma boa diversão, limpa e saudável.

Grande Abraço a Todos e Até a Próxima.